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PSIQUIATRA QUEM É?

O psiquiatra é o médico especializado em psiquiatria, ramo da medicina que lida com a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de transtornos mentais e emocionais. Apesar de que, com o desenvolvimento da neurologia comportamental, haja cada vez mais sobreposição entre as especialidades médicas de psiquiatria e neurologia, pode-se dizer que a psiquiatria se ocupa de transtornos nas emoções, no pensamento, na percepção e no comportamento, enquanto a neurologia lida com partes identificáveis do sistema nervoso.

Um psiquiatra é um médico que teve treinamento avançado no diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais. Esse treinamento avançado costuma incluir o estudo de psicoterapia, e, visto que os métodos de psicoterapia são, com frequência, fundamentados em uma teoria ou em um sistema particular de psicologia, pode-se dizer que a psiquiatria engloba áreas da psicologia.

Os transtornos mentais tem ganhado relevância nos últimos anos devido ao aumento da prevalência e o grau de sofrimento e incapacidade associado a eles. Em 2004, segundo dados da OMS, a depressão figurava como a terceira doença mais onerosa para a sociedade e a quarta mais diagnosticada no mundo. A previsão para 2030 é de que a depressão seja a primeira causa específica de incapacidade. No brasil,   12 milhões de brasileiros apresentarão depressão neste ano, e 25 milhões de brasileiros já apresentaram depressão ao longo da vida. Ainda assim, a doença é subdiagnosticada ou tratada de forma equivocada. Mesmo perante a essa triste realidade, é importante sabermos que o tratamento psiquiátrico desenvolveu-se muito após 1958, quando foi sintetizado o primeiro antidepressivo, e também quando foi comprovado um componente biológico na etiologia dos transtornos mentais.

Os tratamentos psiquiátricos desenvolveram-se muito a partir de 1958, quando foi comprovado o componente biológico dos transtornos mentais e sintetizado o primeiro antidepressivo. A psiquiatria moderna faz parte do modelo médico baseado em evidências em que as decisões terapêuticas são baseadas em estudos modernos que revelam o impacto de diferentes tratamentos, sejam eles psicoterápicos ou medicamentosos. Os tratamentos têm sido cada vez mais eficazes, a ponto de a mortalidade por suicídio no transtorno bipolar, por exemplo, que é de 29,2% nos pacientes sem tratamento, reduz para 6,4% entre os pacientes que fazem acompanhamento psiquiátrico regular. Observando também que cada vez mais os tratamentos envolvem um menor número de efeitos adversos, permitindo aos pacientes terem uma qualidade de vida similar a das pessoas que não sofrem de doenças psiquiátricas.

Necessitar de um médico psiquiatra de forma alguma qualifica a paciente como “descontrolado”, “de pouca confiança”, “louco” e outros adjetivos que se escuta muito, e sim estamos diante de alguém que naquele momento esta apresentando uma doença como qualquer outra, e precisa sim de ajuda médica especializada. Dessa forma, nós psiquiatras nos fazemos presentes para que possas entender mais sobre si mesmo, minimizando suas dificuldades e melhorando sua qualidade de vida. Não tenha vergonha, procure seu psiquiatra.

 

REFERÊNCIAS:

- Campbell R. Dicionário de Psiquiatria. 8° Edição – Porto Alegre : Artmed, 2009.

- Caldieraro MAK, et al. Depressão. Em: Programa de Atualização em Psiquiatria. Artmed/Panamericana Editora Ltda. PROPSIQ, Porto Alegre, Ciclo 3, Volume 1, 2013.

Dr. Leonardo Alovisi Martins, Médico Psiquiatra - Cremers 27614 - com formação em Terapia Cognitivo-Comportamental.

 

 

 

Passo Fundo – RS, dia 23-11-2016.

 

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OS ANTIDEPRESSIVOS ESTÃO SEMPRE INDICADOS NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO?

Os primeiros antidepressivos foram sintetizados no final da década de 50 e no início da década de 60. Num primeiro momento, eles eram prescritos apenas por médicos psiquiatras, pois a prescrição desses fármacos envolvia cuidados com a dose, manejo de efeitos adversos e risco de suicídio, quando ingeridos em excesso. Em 1986, com o lançamento do Prozac, um antidepressivo com mecanismo de ação diferente dos anteriormente utilizados, muito mais seguro, com poucas contraindicações e poucos efeitos adversos, houve uma explosão na prescrição dos antidepressivos, inclusive por médicos de outras especialidades. Diante desse contexto, cabe uma reflexão: são os antidepressivos eficazes e seguros para todos os tipos de depressão?

Na realidade não, tanto que o uso de antidepressivo em monoterapia é contraindicado no tratamento da depressão bipolar pelas diretrizes Americana, Canadense e Australiana1,2,3, porque eles podem desencadear um quadro de mania caracterizado por euforia, irritabilidade, alteração do pensamento, grandiosidade, distratibilidade e envolvimento em atividades de risco. Mesmo assim, conforme estudo apresentado pelo Dr. Michael Ostacher, professor da Universidade de Stanford, no congresso americano de psiquiatria em 2015, 70% dos pacientes em depressão bipolar, no ano de 2008, foram tratados em monoterapia com antidepressivos.

Os antidepressivos não deveriam ser usados também em pacientes deprimidos que apresentem ao menos 3 sintomas do quadro de mania, chamado de episódio depressivo maior com características mistas – depressão mista.4 Conforme declaração do Dr. Stephen M. Stahl, professor da Universidade de São Diego, Califórnia, e Presidente do Neuroscience Education Institute in Carlsbad, Califórnia, os antidepressivos não funcionam ou até mesmo fazem os pacientes piorarem nos quadros de depressão mista (Medscape Medical News, maio de 2017).5

Portanto, os antidepressivos ainda são uma das formas mais efetivas de tratamento para a depressão e outros transtornos mentais como os transtornos de ansiedade. No entanto, é importante que se faça uma avaliação médica, com o psiquiatra, cuidadosa dos sintomas atuais, da história pregressa, e da presença de transtorno bipolar na família para evitar a prescrição desses medicamentos para situações em que eles não são efetivos, podendo até mesmo agravar o quadro.

 

Referências:

1. Hirschfeld RM, Bowden CL, Gitlin MJ, et al. for the work group on bipolar disorder; American Psychiatric Association. Practice guideline for the treatment of patients with bipolar disorder. Second edition April 2002. http://dbsanca.org/docs/APA_Bipolar_Guidelines.1783155.pdf.

2. Yatham LN, Kennedy SH, Parikh SV, et al. (2013b) Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) and International Society for Bipolar Disorders (ISBD) collaborative update of CANMAT guidelines for the management of patients with bipolar disorder: Update 2013. Bipolar Disorders 15: 1–44.

3. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for mood disorders. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry 2015, Vol. 49(12) 1087–1206 DOI: 10.1177/0004867415617657.

4. Guidelines for the recognition and management of mixed depression (2017), disponível para download em: https://www.cambridge.org/core/journals/cns-spectrums/article/guidelines-for-the-recognition-and-management-of-mixed-depression/0DFE7AD7358126E7859C0950CB0C3323?j=5945630&sfmc_sub=1101175402&l=673045_HTML&u=154681655&mid=1423905&jb=0&utm_source=SFMC&utm_medium=email&utm_content=Guidelines+for+the+recognition+and+management+of+mixed+depression&utm_campaign=JWM+CNS+22.2+press+release&WT.mc_id=JWM+CNS+22.2+press+release

5. Megan B. First-Ever Guideline for Mixed Depression Released - Medscape - May 16, 2017. Disponível em: http://www.medscape.com/viewarticle/880056?src=wnl_edit_tpal&uac=225750AV

 

 

Leonardo Alovisi Martins, Médico Psiquiatra, CRM 27.614 – RS.

Passo Fundo – RS, dia 22 de julho de 2017.


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MEDO DE MORRER

Por volta dos 10 anos de idade passamos estar ciente da morte da mesma forma que um adulto, ter medo de morrer é comum entre as pessoas, 9,8% das pessoas têm preocupações frequentes com a possibilidade de morrer, 3,8% das pessoas são simplesmente assoladas pelo medo de morrer, pacientes que sofrem de Hipocondria (Transtorno de ansiedade de doença) ou Fobia de doença são mais propensos a ter medo intenso de morrer. Interessante que pessoas de mais idade não apresentam mais medo de morrer do que pessoas mais jovens, ainda que estejam mais próximas da morte. Surpreende também que pessoas com maior religiosidade são tão preocupadas com a morte quanto pessoas agnósticas ou ateias. Por outro lado, períodos de estresse ou ameaça, como problemas de saúde e perda de alguém querido pode aumentar drasticamente a preocupação normal de morrer.

Uma das formas de lidar com o medo patológico da morte é observar é fazer um balanço das coisas. Em toda a amizade, por exemplo, algum dia você terá que dizer adeus, seja porque o amigo mudou-se para longe ou porque ele morreu. Um dia a relação vai terminar. Algumas pessoas tentam lidar com a ansiedade e a tristeza da perda decidindo nunca fazer uma amizade. Afinal, se você nunca tiver um amigo, você nunca perderá um amigo. Essa estratégia protege a pessoa da dor de uma perda, mas a um enorme custo. A pessoa deixa de ter vários momentos de satisfação e alegria decorrentes de uma boa amizade para prevenir alguns dias de tristeza. Obviamente, a maioria das pessoas vai optar pelo lado positivo da experiência. O mesmo acontece em relação à vida, a maioria das pessoas vai ter mais dias de alegria e satisfação, do que dias de tristeza.

Todo ser vivo eventualmente vai morrer. A cadeira que estamos sentados nunca vai morrer, mas também não vai viver. A morte é parte normal do ciclo da vida. Não pode haver vida sem a morte. Talvez, seja isso que torne a vida tão preciosa, ela é única, por isso, é importante apreciamo-la, enquanto a temos.

 

Leonardo Alovisi Martins, médico psiquiatra, CRM – RS 27614, especializado em psicoterapia cognitivo-comportamental.

Passo Fundo – RS, 07-02-2017.

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MITO DA AUTOESTIMA

Muitos psicólogos e psiquiatras pregam a importância da autoestima, mas em análise mais profunda o significado de autoestima muitas vezes equivale a pouco mais do que basear nosso senso de autoestima no sucesso de nossas conquistas ou relacionamentos. Albert Ellis, autor de mais de setenta e cinco livros e presidente emérito do Instituto Albert Ellis para a Terapia Racional Emotiva Comportamental, critica esta definição tradicional de autoestima, chamando-a de "Autoaceitação condicional” - isto é, nos sentimos bem sobre nós, somente quando cumprimos determinadas ambições e desejos pessoais.

Para Ellis a autoestima saudável, a qual ele chama "Autoaceitação incondicional", é aquela em que aprendemos a apreciar nossa personalidade única, não importando o quanto de sucesso atingimos ou quão bem sucedidos são nossos relacionamentos. Esta abordagem mais realista, salienta Ellis, ajuda-nos a evitar a armadilha comum de ao não corresponder às nossas expectativas (muitas vezes irrealistas), experimentarmos sentimentos de autodepreciação, baixa autoestima e depressão.

Corroborando com a teoria de Ellis, pesquisas recentes têm mostrado que a autovalorização pode não ser tão eficaz quanto se imaginou durante muito tempo. A ótima revista Mente & Cérebro, abordou esse tema, pontuando as armadilhas da autoestima, ao vigiar as próprias vontades, buscando atende-las a maior parte do tempo e evitar as frustrações constantemente, fortalece-se a intolerância em relação aos erros – tanto os próprios quanto o dos outros. Já a predisposição para prestar a atenção às necessidades alheias e procurar se manter disponível para ajudar no que for necessário tende a fortalecer a autoestima, não no sentido de evitar rejeição, mas com o objetivo desenvolver um sentimento de intimidade e pertencimento. Experimentos recentes mostram que a atitude de compaixão está conectada à postura mais compreensiva consigo mesmo e consequentemente aumento de autoestima. A autoestima baseada na conquista tende a ser efêmera.  Parece que na contramão do que costuma pregar a cultura vigente, popularizada pela mídia e pela publicidade, o caminho mais eficaz para desenvolver e preservar a autovalorização é, ironicamente, pensar menos sobre si mesmo, desenvolver compaixão pelos outros e por si próprio, e ter uma perspectiva menos egocêntrica.


Leonardo Alovisi Martins, Médico Psiquiatra, CRM 27614 – RS.

Passo Fundo – RS, dia 19-12-2016.

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STRESS

Há uma crença geral de que o stress nos faz mal, as pessoas o culpam por muita coisa desde uma simples dor de cabeça até uma doença no coração, vivemos reclamando do stress no trabalho, no trânsito, na vida familiar, etc... Ela faz parte do nosso cotidiano e tem 433 milhões de citações no google referente ao tema.

      As definições de estresse em geral se dividem em dois grupos: aquelas enfatizando a natureza nociva ou aversiva do estímulo originado no ambiente (p. ex., eventos de vida negativos) e aquelas enfatizando as respostas fisiológicas do individuo ao estímulo.

    O termo estresse surgiu para designar as forças envolvidas em uma situação de ameaça à homeostase (qualquer mudança física ou psicológica que rompe o equilíbrio do organismo). O organismo reage ativando um complexo repertório de respostas físicas e comportamentais que buscam o restabelecimento da homeostase (equilíbrio).

   A resposta ao stress agudo é o equivalente biológico de mobilizar tropas para lidar com o que foi percebido como ameaça. É ativado o Sistema Nervoso Autônomo Simpático e o eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal (HHA), que liberam adrenalina e cortisol no sangue. A adrenalina aumenta a frequência dos batimentos cardíacos e o volume de sangue por batimento cardíaco. Isso é vital para a preparação da reação de luta-ou-fuga, já que ajuda tornar mais veloz o fluxo de sangue e assim melhora a distribuição de oxigênio nos tecidos, além disso, o sangue é redirecionado de algumas partes do corpo onde ele não é essencial naquele momento (através do estreitamento dos vasos sanguíneos) para outras partes onde ele é mais essencial (através da expansão dos vasos sanguíneos), ainda, há uma broncodilatação permitindo a chegada de mais oxigênio aos pulmões. Isto tem uma importância óbvia para a defesa do organismo, já que os tecidos precisam de mais oxigênio para estar preparados para a ação. Existem ainda outros alterações fisiológicas como dilatação da pupila, tensão muscular, redução da produção de saliva, etc. O cortisol, por sua vez, tem a função de mobilizar a energia aumentando a glicose cerebral e reduzindo as funções não essências como digestão e ereção (ao menos, não no momento de perigo).Uma vez superada a ameaça, o sistema nervoso simpático e o eixo HHA são desativados e a pessoa relaxa.

     Algumas pessoas, porém, continuam reagindo ao stress, o chamado stress crônico, que pode ser definido como uma experiência adversa que induz vigilância elevada, sobre a qual se tem pouco controle. Um dos seus efeitos é que o cérebro não consegue suavizar o eixo HHA, o que expõe o cérebro e o corpo a glicocorticoides (entre eles o cortisol) em excesso, há quatro situações possíveis em que o indivíduo pode ser exposto de forma excessiva às respostas do estresse: a primeira, e mais óbvia, é o contato frequente com fatores estressantes (cargo de trabalho excessivo, pressão exagerado por resultados, conflitos familiares, modo perfeccionista de ser, etc..). A segunda é a falta de adaptação a um estímulo repetido, enquanto a maioria das pessoas tem uma reação de alarme quando realiza tarefas estressantes (p. ex., falar em público), mas, após fazê-las várias vezes, tem a ansiedade diminuída gradualmente; em 10% das pessoas esse tipo de tarefa continua sendo estressante, e seu cortisol sérico aumenta cada vez que a tarefa é realizada. A terceira forma de resposta inadequada é a incapacidade de encerrar as respostas ao estresse depois que o estímulo é retirado, permanecendo uma ativação do sistema nervoso simpático e do eixo HHA. Por fim, a resposta pode ser insuficiente ou inadequada, causando a ativação de sistemas compensatórios que também podem ser prejudiciais. Por exemplo, se a secreção de cortisol não aumenta em resposta ao estresse, a secreção de citocinas inflamatórias perde um importante regulador, podendo estar anormalmente aumentada podendo aumentar o risco doenças autoimunes, inflamatórias e cardiovasculares.

     Na resposta ao estresse crônico, o cortisol permanece elevado podendo causar a formação de placa aterosclerótica, diabete, úlceras e prejuízo do funcionamento imunológico. No cérebro, o efeito negativo mais importante envolve o hipocampo, uma estrutura com receptores de glicocorticoides abundantes e fibras aferentes ao hipotálamo, o hipocampo é conhecido por sua função na memória, e comprovou-se que o excesso de glicocorticoides produz prejuízo de desempenho da memória.

     Continuarei...

 

REFERÊNCIAS:

  • Higgins, Edmund S. Neurociências para psiquiatria clínica: a fisiopatologia do comportamento e da doença mental. 1° Edição – Porto Alegre : Artmed 2010.
  • Kapezinski F. Quevedo J. Izquierdo I. Bases biológicas dos transtornos psiquiátricos. Terceira edição. Porto Alegre – RS: Artmed; 2.011.

 

Autor: Leonardo Alovisi Martins, médico psiquiatra, Cremers 27614.

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Cannabis Diretamente Relacionada a Recidiva de Quadro Psicótico

Novo estudo, comprova o que já se suspeitava, a partir de observações clínicas: Continuar a fumar cannabis após um primeiro episódio de psicose (FEP) está associado a um risco aumentado de recidiva psicose. O estudo publicado no dia 28 de setembro de 2016, no JAMA Psychiatry aponta que o consumo de cannabis, não é apenas um fator de risco para o desencadeamento de um episódio psicótico, bem como é um fator de risco de recidiva do quadro psicótico após o primeiro episódio. De acordo com o estudo, o risco é maior naqueles que fazem uso diário da droga, mas também existe naqueles que fazem uso eventual. Os autores concluem: "Porque o consumo de cannabis é um fator de risco potencialmente modificável que tem uma influência negativa sobre o risco de recaída de psicose e de hospitalização de um determinado indivíduo, .com limitada eficácia das intervenções existentes, estes resultados sublinham a importância do desenvolvimento de novas estratégias de intervenção e exigem atenção urgente de clínicos e os formuladores de políticas de saúde ".

Leonardo Alovisi Martins, CRM 27614 – RS, Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental. 
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